sábado, 24 de abril de 2010

Desabafo de uma caloura já não tão indecisa



Há mais ou menos um ano eu estava fazendo mil testes vocacionais, lendo várias revistas e mesmo assim não tinha a menor idéia do que fazer na faculdade. Acabou que a época de fazer a grande e esperada escolha, da carreira que eu seguiria pro resto da vida (ou não), chegou muito rápido. E eu não optei por área alguma, em cada lugar coloquei uma coisa. Por obra do destino parei na área da saúde, sem nem ao certo saber se era realmente isso que eu queria.

Passada as provas de vestibular a aflição apareceu como nunca antes havia se manifestado; enquanto muitos não acreditavam em mim e na minha capacidade, EU acreditava. Queriam começas a pagar cursinho para mim, e eu relutante dizia que não precisava uma vez que eu iria sim passar no vestibular.

Janeiro passou de uma forma tão rápida, logo chegou o carnaval e assim que passou, lá estava eu me matriculando na UNIRIO, sem ainda a menor certeza se era realmente isso que eu queria.

Dia 29 de março minhas aulas começaram - aulas entre aspas, pois a única coisa que tivemos na semana foram dois dias (maravilhosos, cansativos e anormais) de puro trote! :D

Na segunda assisti a uma aula interessante, porém não ministrada de forma atrativa, e depois fomos para o IB, assistimos a primeira aula de anatomia. E essa sem dúvida me tirou muitas incertezas; a aula me emocionou, me tocou e me encantou completamente. Saindo da aula pegamos uma chuva que em poucos instantes começou a alagar o centro da cidade, chegando em casa descobri que não só o centro e sim o Rio de Janeiro inteiro. Resultado: terça e quarta sem aula.

Quinta e sexta a faculdade estava um pouco desorganizada, muitos professores não sabiam se haveria aula e assim como nós também estavam perdidos. Apesar disso tivemos todas as aulas, que mesmo tendo sido uma pequena introdução das matérias, foi o suficiente para que eu soubesse que fiz a escolha certa!


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ditadura

Outro dia desses, conheci a ditadura e os seus lados mais escuros.
Fui vitima e testemunha de pancadarias, assassinatos, torturas e humilhação. Sofri por mim e por todos os meus outros irmãos de situação, que assim como eu, estavam ali por acreditar num ideal totalmente diferente da realidade.
Acho que diferente dos outros, o sentimento que mais me dominou foi o ódio. Aliás, o que ou quem eles pensam que são para tirar a vida de outras pessoas, ou para machuca-las emocionalmente? Quem eles são eu não sei, mas infelizmente o poder é todos deles...e quem vai desobedecer? Quem?
O ódio me dominou, e quando eles perguntaram se eu iria chorar, a vontade foi de cuspir em cada um... correr, tentar fugir. Não sei, fazer qualquer coisa. Mas com certeza eu iria apanhar muito mais. Já não bastava estar num local com três bombas?
Já não bastava ter sido afogada minutos antes, só porque eu me negava a dizer qualquer informação que eu soubesse? Já não bastava ter todo aquele desgaste fisico e ainda ter que deitar num chão de areia?
Sem dúvidas, aquilo foi como estar num filme de terror. E sem dúvidas foi o mais perto que eu consegui chegar daquele desespero que foi a ditadura.

Hoje eu vim aqui só para dizer como eu estou gostando cada vez mais do teatro, e como ele esta me moldando e me fazendo amadurecer!